As queixas sobre crédito consignado do INSS dispararam em 2025: até maio, houve crescimento de 119,2% nos registros envolvendo trabalhadores CLT e servidores públicos em relação ao mesmo período de 2024. Só nesta categoria, foram 22.613 reclamações. Para aposentados, a alta foi de 73,3%, totalizando 27.950 queixas, segundo dados da plataforma consumidor.gov.br.
O que explica esse aumento expressivo?
- A combinação da Operação Sem Desconto, que expôs descontos indevidos no INSS, com o lançamento do consignado CLT, levou muitos beneficiários a conferir extratos e identificar irregularidades — o que gerou um boom de reclamações.
- Além disso, instituições de defesa como Procon e Idec apontam que a divulgação do escândalo motivou aposentados a registrar queixas ao perceber cobranças não autorizadas.
- A Febraban destaca um possível impacto da chamada “advocacia predatória”, com advogados orientando clientes a registrar reclamações para embasar ações judiciais.
Problemas mais comuns relatados
As principais queixas envolvem:
- Cobrança por serviços não contratados: responsável por 25,66% das reclamações entre aposentados.
- Não entrega de contrato: cerca de 16,07% dos casos.
- Cobrança abusiva para alterar ou cancelar contrato: 10,15% dos registros.
Reação institucional e medidas em debate
A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara agendou audiência pública para 2 de julho, com foco nas irregularidades em consignados do INSS. O debate foi solicitado pelo deputado Castro Neto (PSD-PI), que destacou casos de aposentados que tiveram dezenas de empréstimos contratados sem autorização, com prejuízos de até R$ 160 mil.
Enquanto isso, a Febraban informa que, entre 2021 e 2024, houve queda de 88% das reclamações por contratos não reconhecidos por aposentados, graças à obrigatoriedade de biometria facial desde 2022 como medida de controle.
Por que isso importa?
- Representa um alerta sobre falhas na concessão do consignado, especialmente para idosos vulneráveis.
- Mostra como denúncias e visibilidade máxima podem levar consumidores a agir e registrar direitos.
- Evidencia a necessidade de controle mais robusto e fiscalização aprimorada no setor.
- Indica que consumidores e advogados estão usando reclamações como base legal para disputas judiciais.
Perguntas Frequentes:
1) As reclamações cresceram mesmo com queda em contratos não reconhecidos?
Sim. Reclamações gerais aumentaram fortemente em 2025, mas os casos específicos de contratos desconhecidos caíram 88%, segundo Febraban — reflexo da biometria facial obrigatória.
2) Que tipo de problema mais atinge aposentados?
Cobranças por serviços não contratados, ausência de contrato e valores abusivos para alterações ou cancelamento.
3) Quantas reclamações foram registradas até maio de 2025?
Foram mais de 50.563 queixas, sendo 27.950 de aposentados (+73,3%) e 22.613 de consignado CLT/servidores (+119,2%).
4) Por que muitos reclamam hoje?
A Operação Sem Desconto e o lançamento do consignado CLT fizeram com que muitas pessoas revistassem seus extratos e percebesse descontos não autorizados.
5) Há ação do Legislativo sobre o tema?
Sim. A Câmara programou audiência pública para debater irregularidades em consignado do INSS, com relato de casos extremos de fraude e prejuízo.
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