Nesta quinta-feira, 17 de julho de 2025, a Polícia Federal deflagrou a Operação Fraus, visando desbaratar uma organização criminosa que atuava há mais de 10 anos para fraudar o INSS, especialmente o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS). O prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 30 milhões.
O que foi revelado pela ação da PF?
- A investigação aponta envolvimento de servidores do INSS, correspondentes bancários e técnicos que manipulavam dados no sistema Meu INSS para gerar pedidos fraudulentos.
- Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em cinco cidades do Rio de Janeiro: Rio, Búzios, Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu.
- A PF apreendeu cerca de R$ 74 mil, veículos, joias, armas, celulares, notebooks e documentos que embasam as investigações.
Quem eram os investigados?
Segundo o delegado Adriano Espindula Soares, os principais investigados compunham uma estrutura organizada com liderança conhecida como “Professor” ou “Rei do Benefício”, responsável por treinar os criminosos na operação dos sistemas do INSS.
O grupo teria protocolado 415 requerimentos fraudulentos de BPC/LOAS, em dispositivos de dados privilegiados e conclusões próximas a seis meses de monitoramento.
Contexto maior: outras operações contra o INSS em 2025
A Operação Fraus se soma a outros esforços da PF nesse ano:
Operação Caça ao Tesouro (março/2025)
Desarticulou fraudadores que causaram prejuízo de R$ 50 milhões por meio de saques ilegais de benefícios previdenciários. Foram cumpridos mandados de prisão e busca.
Operação Sem Desconto (abril/2025)
Em parceria com a CGU, identificou esquema de descontos indevidos, realizados por associações sem autorização, que desviaram mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Houve 211 mandados de busca, sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão e afastamento de dirigentes do INSS.
Impactos e desdobramentos
- O esquema descoberto pela Operação Fraus comprometeu a distribuição de recursos destinados a pessoas vulneráveis, reduzindo a eficiência do sistema assistencial.
- A identificação de servidores públicos envolvidos evidencia falhas na segurança e no controle do INSS.
- A CPI do INSS foi instaurada no Congresso Nacional em 17 de junho de 2025 para aprofundar as investigações sobre esses esquemas.
Conclusão
A Operação Fraus revela a gravidade e a longevidade das fraudes contra benefícios assistenciais do INSS. O uso de tecnologia para burla de sistemas institucionais e a participação de agentes públicos consolidam um padrão de criminalidade sofisticada. Essas ações reforçam a necessidade de maior atenção e controle para proteger os recursos públicos e assegurar os direitos dos beneficiários.
Perguntas Frequentes:
1) O que é o BPC/LOAS alvo da operação?
O BPC/LOAS é o benefício assistencial pago a idosos (65+) ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. A fraude desse benefício envolve pedidos falsos com uso de identidade de terceiros ou dados quebrados.
2) Como o esquema funcionava?
Investigados inseriam dados falsos no sistema do INSS para requerer benefícios fraudulentos, usando identidades fictícias, procurando bancárias e acesso técnico privilegiado.
4) Qual o prejuízo estimado pela Operação Fraus?
Mais de R$ 30 milhões em fraudes detectadas ao longo de uma década de atuação do grupo criminoso.
5) Houve outros casos semelhantes em 2025?
Sim: a Operação Caça ao Tesouro identificou R$ 50 milhões em fraudes, e a Operação Sem Desconto apurou R$ 6,3 bilhões desviados via descontos indevidos de associações.
6) O que sucede agora?
A investigação segue em curso, com análise dos mandados cumpridos e responsabilização criminal. Já existe uma CPI em andamento para aprofundar essas irregularidades.
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