A frase pode parecer forte — e é. Depois que deputados do Centrão votaram pela derrubada da MP alternativa ao IOF, o governo decidiu responder com rigor: vai fazer um novo pente-fino em cargos com indicações políticas desses partidos.
O recado é claro: firmeza contra quem não estiver alinhado.
Já houve exonerações e ameaças de mais limpezas internas.
As consequências podem moldar alianças, base política e futuro da gestão.
Quer entender como isso vai se desenrolar, quem já caiu e quem está na mira? Vamos dissecar cada ponto.
Por que esse “pente-fino” foi desencadeado agora?
O estopim foi a derrota da MP do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que o governo esperava usar como alavanca de receita. Deputados de partidos do Centrão votaram contra — uma traição política segundo aliados do governo.
Com isso:
- O governo deixará de arrecadar cerca de R$ 17 bilhões até o fim de 2026.
- A repercussão interna foi forte: o Planalto entendeu que foi um posicionamento que exigia retaliações e reequilíbrios.
- Já foram demitidas sete pessoas ligadas ao Centrão — nas áreas da Caixa, Agricultura e Dnit.
Em suma: o governo quer mostrar que deslealdade política terá um preço — e que cargos com indicação devem seguir comprometimento com a base.
Quem já foi demitido e quem pode ser alvo?
As demissões até agora incluem:
- José Trabulo Júnior: consultor da presidência da Caixa, indicado pelo PP.
- Wellington Reis de Sousa: superintendente da Agricultura no Maranhão, ligado ao PSD.
- Juliana Azevedo Bianchini: superintendente da Agricultura no Paraná, também PSD.
- Jesus de Nazareno Magalhães de Sena: superintendente em Pará, indicado pelo PSD.
- Everton Augusto Paiva Ferreira: superintendente da Agricultura em Minas Gerais.
- Paulo Rodrigo de Lemos: vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa, indicado pelo PL.
- Igo Gomes Brasil: superintendente do Dnit em Roraima, indicado pelo MDB.
Além disso, há forte pressão para que 11 das 12 vice-presidências da Caixa (exceto aquela de Habitação, vinculada ao PT) sejam reavaliadas ou afastadas.
Ou seja, o recado é que cargos estruturais com indicações políticas não estão imunes ao “novo pente-fino”.
Até onde vai essa “limpeza”? Quais os alvos principais?
Segundo fontes governistas:
- A ministra Gleisi Hoffmann já estaria com “lista em mãos” de autoridades que serão alvo de remoção nos próximos dias.
- Os vice-presidentes da Caixa (com exceção da área de Habitação) são considerados alvos prioritários, por ocuparem posições estratégicas.
- Superintendências estaduais ligadas ao Ministério da Agricultura, cujos indicados votaram contra a MP, também vêm sendo investigadas e ajustadas.
- Há risco de que outras funções de confiança e cargos comissionados façam parte dessa “onda de ajustes”.
Se esse movimento continuar, pode redefinir inteiramente a estrutura de poder dentro da Esplanada e enfraquecer lideranças que se distanciaram da base governista.
Quais são os riscos políticos dessa estratégia?
Tomar essa medida de enfrentamento interno tem vantagens, mas também perigos:
Pontos positivos:
- Reforço da disciplina na base aliada e controle de lealdade;
- Mensagem clara de que cargos públicos dependem de alinhamento político;
- Possibilidade de recomposição com quadros mais confiáveis.
Pontos negativos / riscos:
- Reações dos partidos atingidos (PP, PSD, MDB, PL etc.), que podem romper apoio ou retaliarem nas votações futuras;
- Criação de clima de instabilidade política, com críticas de autoritarismo ou excesso de “centralização” do governo;
- Perda de experiência técnica ou institucional se muitos funcionários forem exonerados sem transição adequada;
- Possível desgaste entre os eleitores das regiões afetadas, que perdem figuras políticas locais influentes.
Esse tipo de corte é estratégico, mas exige jogo fino — erros podem custar caro politicamente.
Conclusão: missão delicada — disciplina ou desagregação?
O novo pente-fino nos cargos do Centrão é um movimento duro e simbólico: sinal de que o governo Lula quer restabelecer autoridade e contornar traições.
Mas ele carrega riscos: reação dos partidos, instabilidade interna e desgaste público.
Perguntas Frequentes
Por que o governo está fazendo esse “novo pente-fino”?
Porque partidos do Centrão votaram contra a MP do IOF, gerando uma reação política e fiscal.
Quantos cargos já foram exonerados até agora?
Sete pessoas com indicação política foram demitidas até o momento.
Quais cargos estão mais vulneráveis?
Vice-presidências da Caixa (exceto habitação), superintendências estaduais e funções de confiança indicadas por partidos.
Gleisi Hoffmann está envolvida nesse processo?
Sim — ela estaria com lista de nomes para remoção e teria respaldo do governo para atuar nos cortes.
Esse movimento pode enfraquecer a base política?
Sim — ao atingir partidos aliados, existe risco de rupturas ou retaliações em votações futuras.
Qual o impacto financeiro dessa derrota da MP do IOF?
O governo projeta perda de R$ 17 bilhões até o fim de 2026 por conta da queda da medida.
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