O governo federal vai apresentar na sexta-feira (10) uma nova política habitacional com impacto direto nos recursos da poupança. A proposta prevê que parte dos depósitos compulsórios atualmente retidos pelo Banco Central sejam liberados para financiar moradias.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, isso pode resultar em R$ 150 bilhões a mais de crédito habitacional até 2026, reacendendo o financiamento da construção civil e aliviando a crise no setor.
O que exatamente vai mudar na poupança para financiar habitação
Atualmente, os bancos são obrigados a manter 20% dos depósitos de poupança como reservas compulsórias, limitando o volume de crédito disponível.
Com a nova política, o governo propõe reduzir esse percentual e aplicar 80% do montante liberado exclusivamente para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Os restantes 20% seriam destinados ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
Dessa forma, recursos outrora “inativos” poderiam se tornar ativos para a concessão de crédito imobiliário.
Por que essa mudança é necessária agora?
Por várias razões:
- As taxas de juros no crédito imobiliário para famílias de classe média estão entre 19% e 22% ao ano, tornando o financiamento quase inviável para muitos brasileiros.
- O setor de construção está em retração, com menor oferta e menos empregos, por falta de capital para investimento.
- A poupança historicamente foi um dos mecanismos principais de financiamento habitacional no Brasil; repor essa funcionalidade pode fomentar o crescimento do setor.
Segundo o ministro, se não for alterada a lógica atual, parte da população ficará de fora da possibilidade de adquirir moradias.
Qual o impacto esperado no crédito habitacional?
O governo estima que a nova política poderá liberar até R$ 150 bilhões até 2026, estimulando a contratação de mais financiamentos imobiliários.
Com mais capital fluindo, espera-se:
- Mais lançamentos de moradias
- Menor custo para quem vai comprar casa
- Incremento na demanda por insumos da construção
- Geração de empregos no setor da construção civil
Em resumo: injetar vitalidade num segmento que tem sido penalizado pela escassez de recursos.
Quando começará essa política?
O anúncio oficial será feito no dia 10 de outubro em evento em São Paulo, com presença do presidente Lula.
A partir dessa data, espera-se que regulamentações, ajustes legais e medidas para operacionalizar a política sejam divulgadas. A implementação prática dependerá do alinhamento entre bancos, governo e agentes imobiliários.
Quais desafios e riscos envolvem essa proposta?
- Reduzir o percentual obrigatório de reservas na poupança pode gerar críticas de instabilidade financeira ou menor liquidez bancária.
- Necessidade de garantias de que os recursos liberados sejam de fato direcionados ao setor habitacional e não desviados para outras operações.
- Ajustes técnicos e legais nos regimes financeiros e regulatórios para compatibilizar com os sistemas bancários vigentes.
- Tempo de transição: demora pode frustar expectativas do mercado e do setor da construção civil.
Conclusão: estratégia ousada para impulsionar habitação
A nova política habitacional com mudança na poupança busca resgatar um papel central da poupança como fonte de crédito imobiliário. Se bem implementada, pode movimentar R$ 150 bilhões até 2026 e reacender o mercado de moradias.
Mas a caminhada é delicada: cadeias regulatórias, garantias de uso e aceitação institucional terão papel decisivo para que a promessa se torne realidade.
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