Imagine descobrir que um fiscal público manipulava o sistema tributário para favorecer empresas em troca de propina — e que o dono de uma rede de farmácias estava no meio disso.
Pois é isso que o Ministério Público de São Paulo acredita ter confirmado com a prisão do empresário Sidney Oliveira, da Ultrafarma, nesta terça-feira (12/08).
O que motivou a prisão?
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou a Operação Ícaro para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais e empresários do varejo.
A investigação, conduzida pelo GEDEC (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos), aponta que o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários, em troca de pagamentos irregulares mensais por meio de empresa em nome de sua mãe. Até agora, estimam-se mais de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
Quem foi preso na operação?
A ação cumpriu três mandados de prisão temporária:
- Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma — preso em sua chácara em Santa Isabel.
- Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da rede Fast Shop — detido em um apartamento na Zona Norte de São Paulo.
- O fiscal de tributos estadual, apontado como líder do esquema e principal beneficiário dos valores ilegais.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços residenciais, sedes das empresas e locais relacionados aos investigados. A Polícia Militar prestou apoio nas diligências.
Quais crimes estão sendo investigados?
De acordo com o MP-SP, os envolvidos poderão responder por:
- Corrupção ativa e passiva
- Organização criminosa
- Lavagem de dinheiro
A apuração teve base em meses de investigação, com uso de análise documental, quebras de sigilo e interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Conclusão
A prisão de Sidney Oliveira, da Ultrafarma, marca o desdobramento de uma investigação séria sobre corrupção institucional entre fiscais e varejistas. A Operação Ícaro expôs como decisões fiscais podem ser trocadas por dinheiro — num volume que ultrapassa R$ 1 bilhão em propinas. O caso segue em evolução, e o país acompanha atento os próximos passos.
PERGUNTAS FREQUENTES:
O que é a Operação Ícaro?
É uma ação do MP-SP para desbaratar um esquema de corrupção envolvendo fiscais da Fazenda que favoreciam empresas em troca de propina.
Quem foi preso?
Sidney Oliveira (Ultrafarma), Mario Otávio Gomes (Fast Shop) e um fiscal estadual apontado como líder do infração.
Quanto foi pago em propinas?
A investigação aponta mais de R$ 1 bilhão em propina desde 2021.
Quais são os possíveis crimes imputados?
Corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
VEJA TAMBÉM: GOVERNO E INSS ANUNCIAM NOVOS PAGAMENTOS