A empresa de crédito Crefisa, que ficou responsável pelo pagamento de aposentadorias do INSS desde janeiro, agora está no foco de uma auditoria interna do Ministério da Previdência, por suspeitas de empréstimos consignados irregulares e descontos indevidos em benefícios. A investigação integra um esforço mais amplo para coibir práticas abusivas no sistema previdenciário.
O que motivou a investigação
- Foi durante o congresso da Abraji, em 11 de julho, que o ministro Wolney Queiroz confirmou que a Crefisa está sendo alvo de um pente-fino a partir de denúncias da OAB-SP, de que estariam ocorrendo descontos sem autorização e falta de transparência nos empréstimos consignados.
- A apuração é parte de uma revisão maior das operações de crédito consignado do INSS, iniciada após escândalos envolvendo associações de aposentados, investigadas na Operação Sem Desconto da PF.
Papel da Crefisa no INSS
- A Crefisa venceu 25 de 26 lotes em um leilão no fim de 2024, passando a operacionalizar os pagamentos em janeiro de 2025.
- Desde então, surgiram várias reclamações semelhantes às denúncias anteriores que envolveram associações aposentadas, levando a fielding de denúncias pelas entidades regulatórias, incluindo o Banco Central e a Febraban.
Reações de entidades e autoridades
- A OAB-SP formalizou queixas ao INSS, Dataprev, CGU, Banco Central e Febraban, alegando concessão descuidada de empréstimos e falta de clareza nos contratos.
- Wolney disse que encaminhou essas denúncias ao setor de inteligência do Ministério e montou uma força-tarefa previdenciária para a investigação.
Avaliação do setor financeiro
- Em conversa com a Febraban e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), o ministro afirmou não defender bancos indiscriminadamente:
“Vocês que me apresentem os dados… prove à sociedade que têm números” . - O setor financeiro apontou que o assédio por ligações a aposentados caiu 71% nos últimos três anos — mas a apuração da Crefisa segue em andamento.
O panorama maior
- Essa operação faz parte de um cenário que já envolve fraudes de R$ 6,3 bi em descontos indevidos conhecidos como “farra do INSS” .
- A PF e a CGU já investigam entidades associativas e associações de fachada — e integrantes do esquema foram afastados, com mandados sendo cumpridos em várias operações.
Próximos passos
- A auditoria interna prossegue, com envio de resultados preliminares aos órgãos de controle.
- O Ministério monitora todo o sistema de crédito consignado e pode estender investigações a outras instituições.
- A expectativa é que novas medidas regulatórias ou sanções sejam anunciadas “nas próximas semanas” .
Conclusão
A investigação contra a Crefisa amplia o escopo da fiscalização no crédito consignado, mostrando que o foco agora é todo o sistema e não só associações fictícias. O objetivo é proteger aposentados e pensionistas, garantindo transparência, segurança jurídica e proteção contra fraudes em seus benefícios.
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PERGUNTAS FREQUENTES:
1) Por que a Crefisa está sendo investigada?
Está sendo alvo de auditoria por denúncias de empréstimos consignados não autorizados e falta de clareza nos contratos, direcionadas pelo OAB-SP ao Ministério.
2) Quando começou essa investigação?
Foi anunciada em 11 de julho pelo ministro Wolney Queiroz durante o congresso da Abraji, e faz parte de uma varredura mais ampla do crédito consignado
3) O que mudou no leilão do INSS para a Crefisa?
A Crefisa venceu 25 dos 26 lotes e assumiu o pagamento de benefícios em janeiro de 2025.
4) Essa investigação afeta outros bancos?
Sim — o Ministério confirmou que vai analisar todo o sistema de crédito consignado no INSS, não apenas a Crefisa .
5) Como o setor bancário reagiu?
O ministro cobrou dados de transparência de bancos junto à Febraban e ABBC, que reagiram com dados mostrando redução de 71% no assédio por ligações abusivas.
6) O que aposentados podem fazer agora?
Ficar atentos a descontos em seus benefícios. Se houver irregularidades, é possível pedir ressarcimento ao INSS, contestar via Meu INSS, Procon ou recorrer judicialmente.
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