A Advocacia‑Geral da União (AGU) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que seja aberta investigação no inquérito contra Eduardo Bolsonaro para apurar se investidores brasileiros lucraram com informações privilegiadas antes da publicação da ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, feita pelo ex‑presidente Donald Trump. A AGU descreveu essa retaliação dos EUA como um ato “sórdido” e “arbitrário” e vê indícios de insider trading — uso de dados não públicos para ganho financeiro.
Contexto político–judicial
- A medida faz parte do mesmo inquérito que apura supostas tentativas de pressão por parte de Jair e Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos EUA para interferência sobre o STF — incluindo pedido de aumento tarifário como retaliação. A PF apontou apoio de Eduardo em Washington como prova de conduta ilícita.
- O “tarifaço” foi avaliado por Moraes como tentativa de gerar crise econômica para influenciar decisões judiciais no Brasil — e influenciar no processo que envolve medidas cautelares, como tornozeleira e restrições.
O que a AGU quer com a investigação?
- Verificar se houve lucros ilegítimos de investidores que se anteciparam à medida tarifária anunciada pelos EUA.
- Ampliar a apuração de condutas ilícitas ligadas ao objeto do inquérito, conectando finanças privadas e política.
- Entender se houve uso de dados privilegiados, configurando crime financeiro sob a lei brasileira e estratégias de combate à corrupção.
E agora? Os próximos passos
- Moraes deve analisar o pedido e pode determinar diligências como quebras de sigilo bancário e fiscal de suspeitos.
- Se autorizadas, essas apurações podem revelar esquemas mais complexos envolvendo assessores e grupos próximos a Eduardo Bolsonaro.
- O resultado pode resultar em denúncia formal por insider trading e conspiração política, além de embasar medidas adicionais no inquérito principal.
Importância do tema
- A iniciativa expande a investigação para além da esfera política, entrando no domínio econômico e financeiro.
- A ação reforça a ideia de que insider trading não é só nos mercados, mas pode ser usado em forma de retaliação política.
- O desfecho pode criar precedentes importantes sobre a conexão entre informações restritas, ganhos ilícitos e pressões sobre o Judiciário.
Perguntas Frequentes:
1) O que é insider trading?
É o uso de informações confidenciais para obter vantagem em operações financeiras — crime tanto no Brasil quanto nos EUA.
2) Quem pode ser investigado?
Qualquer investidor ou grupo que tenha realizado operações financeiras antes do anúncio do tarifaço, possivelmente com informações privilegiadas.
H3: Isso torna o inquérito contra Eduardo mais grave?
Sim. Passa a envolver crimes econômicos, não apenas políticos, o que pode ampliar o escopo criminal e probatório do caso.
3) O que pode acontecer se for comprovado?
Além de sanções administrativas (como multas), pode haver denúncia criminal por abuso de informação privilegiada e organização criminosa, além de reforço das medidas cautelares já em curso.
4) Moraes costuma autorizar quebras de sigilo?
Sim. Ele já autorizou bloqueios de comunicação, apreensões e restrições como tornozeleira eletrônica no mesmo inquérito, e já sinalizou abertura à investigação financeira neste âmbito.
VEJA TAMBÉM: GRANDE VITÓRIA