Na sessão da CPMI do INSS, o empresário Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, admitiu que presenteou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), com um Fusca 1974 de colecionador, estimado em cerca de R$ 70 mil. Ele explicou que se tratava de um gesto pessoal, em razão de amizade, e negou qualquer participação em fraudes.
Por que esse presente chamou atenção na CPI do INSS?
Cavalcanti prestou depoimento à comissão que investiga esquemas envolvendo descontos indevidos em benefícios no INSS.
O fato de ter feito uma doação significativa ao governador, em meio a investigações políticas, levantou suspeitas sobre vínculos e motivações.
Ele afirmou que Ibaneis era um “amigo”, disse que tinha “total deferência e respeito” e que buscou saber qual modelo de Fusca o governador tinha na juventude para repetir o presente.
O que Cavalcanti declarou sobre seu relacionamento com Wilians e seu papel no escritório?
- Ele disse que atuava no escritório de Nelson Wilians cuidando de organização e crescimento, sem envolvimento direto nos esquemas investigados.
- Negou ser “laranja”, operador ou beneficiário de esquema fraudulento. Afirmou que seus rendimentos correspondiam às funções que desempenhava.
- Relatou que havia relação de empréstimos entre Wilians e o empresário Maurício Camisotti, usada para cobrir problemas financeiros e descontrole administrativo no escritório.
- A sociedade entre Cavalcanti e Wilians teria sido encerrada em maio, motivada por transição de carreira e questões de saúde, inclusive depressão no caso de Cavalcanti durante sua atuação.
Quais implicações o depoimento pode trazer?
- Pressão política e midiática: o presentear de um veículo colecionável durante investigação torna-se elemento simbólico e controverso.
- Possível uso em futuras investigações: a CPI pode avaliar se esse presente está relacionado a favores, influência ou trocas de interesse.
- Relações institucionais sob suspeita: o vínculo declarado entre empresário e governador pode demandar esclarecimentos ou sindicâncias.
- Fortalecimento de narrativas de corrupção: no contexto em que o caso do INSS já envolve suspeitas financeiras, a doação é interpretada por muitos como indício adicional de influência indevida.
Conclusão: do fusca à política investigativa
O gesto que poderia parecer mera cortesia ganhou proporção política e legal ao emergir dentro de uma CPI.
Ao declarar essa doação, Cavalcanti reforça a necessidade de investigar não apenas os fluxos financeiros, mas as redes de relacionamento que permeiam esses casos.
Perguntas Frequentes
Quem é Fernando Cavalcanti?
Ele era sócio do advogado Nelson Wilians, responsável por parte da organização do escritório.
Que presente ele admitiu ter dado ao governador?
Um Fusca 1974 de colecionador, estimado em cerca de R$ 70 mil.
Qual foi a justificativa para a doação?
Ele disse que era amigo do governador, que soube que Ibaneis teve um Fusca na juventude e quis presenteá-lo pelo aniversário.
Isso prova que ele participou de fraude?
Não necessariamente. A doação é um elemento de contexto que pode ser investigado, mas não é prova conclusiva.
Até quando era sócio de Wilians?
Ele disse que rompeu a sociedade em maio, por motivos pessoais e de saúde.
O governador já se manifestou?
Até o momento do depoimento, não havia manifestação oficial de Ibaneis Rocha sobre o caso.
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