A popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva parecia em rota de subida nos últimos meses — até que chegou setembro, e os números pararam de subir. A nova pesquisa Genial/Quaest mostra que 46% aprovam o governo enquanto 51% desaprovam, exatamente os mesmos índices de agosto.
Cientista político Felipe Nunes avalia que o “tarifaço” dos Estados Unidos chegou a um limite de impacto, sem empurrar mais votos. Veja por que esse empate importa.
Quais são os dados principais da pesquisa
- Aprovação do governo: 46%; desaprovação: 51%.
- Índice de quem viu melhora na gestão: caiu ou ficou estável. A avaliação de que o governo está “melhor que Bolsonaro e seus aliados” continua em cerca de 49%.
- Os que consideram o governo “regular” subiram ligeiramente; os que o veem como negativo caíram um pouco. Mas essas variações ficam dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.
Qual o papel do “tarifaço” nas mudanças de opinião
- O “tarifaço” imposto pelos EUA ao Brasil chegou a gerar uma reação positiva para o governo, impulsionando sua aprovação. Mas segundo Felipe Nunes, esse efeito parece ter “batido no teto”: os índices pararam de avançar.
- Em números, isso significa que, mesmo com a medida externa gerando visibilidade, outros fatores internos — inflação, poder de compra, percepção de gestão — continuam afetando fortemente a popularidade.
Avaliação mais ampla do governo — o que o público pensa
- Cerca de 70-72% aprovam programas sociais como direito, não como “favor político”.
- A percepção de que o país anda no “caminho errado” segue alta: 58% acham que o Brasil está mal dirigido.
- A popularidade de Alexandre de Moraes, ministro do STF, subiu no quesito de confiança na imparcialidade da Corte, enquanto a ideia de que há perseguição política contra Bolsonaro diminuiu.
Implicações políticas — o que esperar daqui para frente
- Estagnação nos índices sugere que o governo Lula pode ter atingido um “piso de popularidade”: será difícil crescer muito mais enquanto as condições econômicas e sociais não melhorarem perceptivelmente.
- Bolsonaro e aliados continuam com rejeição alta, especialmente após o julgamento da trama golpista no STF — a percepção de que houve golpe também está mais consolidada.
- Para Lula, é um alerta: mesmo medidas externas ou com impacto internacional (“tarifaço”) não bastam se a percepção doméstica — inflação, desemprego, poder de compra — continuar sendo um peso para o eleitor.
CONCLUSÃO
A pesquisa mostra que o governo Lula está em um momento de avaliação crítica: ganhou terreno, mas agora precisa entregar resultados concretos ou ver a opinião pública voltar a oscilar para baixo.
Perguntas frequentes
Qual é a aprovação de Lula segundo a pesquisa Quaest de setembro?
46% aprovam, e 51% desaprovam — os mesmos valores de agosto.
O que significa “tarifaço” e por que ele não alterou mais a opinião?
Tarifaço refere-se às tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Gerou repercussão positiva, mas ao que tudo indica já atingiu o limite de impacto — outras questões internas passaram a pesar mais.
Os programas sociais ainda ajudam na popularidade do governo?
Sim, mas muitos veem esses programas como um direito, não como algo que deva gerar gratidão política — isso reduz o “efeito bônus” que eles poderiam gerar.
E quanto ao julgamento da trama golpista? Isso afeta o Bolsonaro nas pesquisas?
Sim — a pesquisa mostrou que mais pessoas acreditam que houve golpe (cerca de 55%). A condenação no STF já parece ter tido impacto negativo para Bolsonaro em percepção pública.
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